Como quase todo fim de noite, eu estava caminhando sem rumo como consequencia da minha incrontrolável insônia e então, percebi que havia uma mulher fitando-me. Era o suficiente para me deixar apavorado, mas com sorriso e olhar maliciosos e cabelos louros, acabou me intimidando. Ela não havia nenhum sinal de salubridade: estava vestida com um imenso pano vermelho que cobria seu corpo totalmente e que estava sujo de lama e com alguns rasgões e eu começava a sentir um cheiro similar a sangue.
Me aproximei, pois apesar da falta de higiene ela me atraia e de certa forma havia me provocado. Apressei os passos e fui perseguido pela escuridão. Enquanto escurecia e nós ficavamos mais perto um do outro, eu me pusia a dessa vez andar mais lento. O medo tomara conta de mim.
Quando enfim cheguei àquela mulher, havia um pequeno ponto de luz que reinava sobre seu rosto e eu pude finalmente enxergar a sua verdadeira face e aparência assustadora. Haviam alguns ferimentos abertos no rosto que explicavam o cheiro de sangue.
Me vi cegamente curioso a ponto de tirar-lhe o pano com muita delicadeza e, quando o fiz, ela posicionou seu rosto para mim, que olhava seu corpo apinhado de escamas e ao meu toque, gelado. Seus olhos eram tomados por uma especie de furacão e sua boca por dentes afiados. Atônito e vulnerável àquela situação, quando me pus a correr era tarde demais. Ela era rápida.
Esboçando um sorriso frio, me prendeu com suas unhas e, em meio segundo de tempo, estava comendo minha carne, bebendo meu sangue e devorando meus ossos.
